O avanço da tecnologia para o diagnóstico de apneia do sono em casa e outros exames: componente da diretoria da Associação Americana de técnicos do Sono (AATS) e da Capital Health Rita Brooks fala sobre sua trajetória na medicina do sono e como a tecnologia da Neurovirtual beneficiou as análises de diagnósticos e a qualidade do suporte técnico
Neurovirtual News: Você poderia falar um pouco sobre sua formação profissional e acadêmica?
Rita Brooks: Sou Diretora Administrativa do Centro de Sono, Neurofisiologia, Cardiologia, Laboratório de Função Pulmonar, Laboratório Vascular, Unidade de Epilepsia LTM, Audiologia, Serviços de Reabilitação Cardiopulmonar e Vascular, e Serviços de Pulmão Intervencionista no Capital Health em Trenton, Nova Jersey.
Iniciei minha carreira na Capital Health como estagiária-tecnóloga em EEG. Em seguida, me tornei gerente e, logo depois, diretora-administrativa da Capital, função que ocupo desde 1998. Tenho 42 anos de experiência em neurodiagnóstico e 34 anos de experiência em tecnologia do sono.
Tive a sorte de ter recebido o apoio dos líderes da Capital Health por muitos anos, conseguindo seguir com meus estudos e crescer na minha carreira profissional. Esta trajetória trouxe alguns frutos: um AS (Associate of Science) em Neurofisiologia, BSBA (Bachelor of Science in Business Administration) em Administração de Saúde e me tornei mestre em Educação. Com isso, pude desenvolver muitos dos projetos pelos quais sou responsável no Centro do Sono, Audiologia, Unidade de Epilepsia LTM, Reabilitação Pulmonar e Vascular aprimorando também o programa intervencionista pulmonar.
Tenho muito orgulho em dizer que a Capital Health me apoiou em todos os meus projetos e esforços no mundo da medicina do sono, incluindo trabalhos em níveis estaduais – para promulgar legislação para técnicos do sono em Nova Jersey, além de auxiliar na legislação em outros estados e, inclusive, nacionalmente.
Também apoio e represento técnicos do sono desde 2003, como parte da diretoria da Associação de técnicos do Sono entre 2007 e 2020. Atuo também em vários comitês na Academia Americana de Medicina do Sono desde 2009, principalmente no Comitê Manual da Pontuação (Score) e fui membro do Conselho Editorial entre 2009 e 2017, representando o conselho em reuniões nacionais. Atualmente, sigo no Comitê Manual de Pontuação (Score) na área de edição do manual que ainda será publicado no início do próximo ano.
NN: Qual a importância da Associação Americana de Técnicos do Sono para a padronização e melhoria dos exames e diagnósticos de sono dos EUA?
RB: A Associação Americana de Técnicos do Sono (AATS) define os padrões para a educação de técnicos desta área, fornecendo diretrizes que se baseiam nos padrões e diretrizes da Associação Americana de Medicina do Sono. Os materiais são específicos e adequados para técnicos do sono, desde o nível básico até a especialização. Como apoio para esse aprendizado, foi publicado o livro Fundamentos da Tecnologia do sono.
Muitos membros da AATS são voluntários do Conselho de Polissonografia Tecnológica e apoiam no credenciamento de exames de técnicos. Esses exames são baseados em muitos dos recursos que a própria AAST desenvolveu, principalmente com base neste livro lançado, agora em sua 3ª edição.
NN: Em que período você atuou como membro e presidente da AATS ?
RB: Como membro da AATS atuo desde 1989, atendendo muitas reuniões nacionais e regionais. Ao mesmo tempo que aprendíamos a tecnologia do sono, consolidávamos os centros do sono. Eu usei muito o material desenvolvido pela AATS para aprender e ensinar minha equipe, além de auxiliar os técnicos que se preparavam para o credenciamento.
Como membro do conselho de administração, uma das primeiras coisas em que me envolvi foi ajudando a desenvolver materiais de treinamento de técnicos, incluindo guias de estudos, flashcards e exames práticos para aqueles que se preparavam para o exame de credenciamento.
Atuei também como membro do Conselho para os Comitês de Assuntos Governamentais, Educacional e Comitê de Produtos antes mesmo dos meus dois mandatos como presidente da AATS, entre os anos de 2013 a 2015 e 2017 a 2019. Durante o meu mandato no Conselho de Administração da AAST, também colaborei com o Dr. Richard Rosenberg e Cynthia Mattice na publicação do Guia Tecnológico da AAST elaborando estudos do sono. Com Cynthia Mattice e Dr. Teófilo Lee-Chiong, trabalhei como coeditora do Fundamento da Tecnologia do Sono, edição publicada em 2012; do Manual de Fundamentos da Tecnologia do Sono, publicado em 2015; e na elaboração dos Fundamentos da Tecnologia do Sono 3 edição, lançado em 2019. Além de contribuir na elaboração de vários capítulos nestas publicações, em paralelo, eu colaborava na produção de outros livros didáticos.
Nós da AATS, somos extremamente orgulhosos dessas excelentes publicações, com muitos capítulos escritos pelos nossos estimados membros, que servem como a espinha dorsal para o aprendizado de técnicos do sono, servem, inclusive, como referência para o desenvolvimento de exames de credenciamento AATS contínua, desenvolvendo ferramentas de aprendizagem para técnicos em todos os níveis, como treinamento em pediatria e titulação de PAP, especificamente para aqueles que buscam o Certificado de Credenciamento da Clínica de Saúde do Sono, oferecido pelo Conselho de técnicos Registrados em Polissonográficos.
NN: Qual foi a sua contribuição no desenvolvimento do “Manual de Pontuação do Sono e Eventos Associados da AASM ” e em quais tópicos você focou mais?
RB: Eu participei do comitê do Manual de Pontuação da AASM como membro do Comitê e, logo depois, como membro do Conselho Editorial de 2009 a 2017, contribuindo com as versões 2.0, 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4 desta publicação.
Durante minha gestão neste manual, contribuí com a adição de técnicas e regras de calibração do paciente e a seção de Teste de Apneia do Sono do manual de pontuação. Atualmente, estou trabalhando no Comitê do Manual de Pontuação na edição do manual que será publicado no próximo ano.
NN: Na sua opinião, quais são os maiores desafios para os profissionais que trabalham como técnicos do sono nos EUA?
RB: Em 2021, a AATS realizou um levantamento sobre as condições de mercado atuais e previstas no campo da tecnologia do sono. O objetivo foi orientar o planejamento educacional de técnicos do sono nos EUA. A educação é um dos maiores desafios para quem está no campo. E a AATS está capacitada para preencher as lacunas educacionais identificadas. Como resultado educacional, surgiram programas e ferramentas voltados para a expansão da polissonografia pediátrica.
A função do Certificado da Clínica de Saúde do Sono é também apoiar o crescimento nestas áreas. Ensino técnico de nível superior relacionado à titulação de PAP e monitoramento virtual de paciente foram desenvolvidos para atender as necessidade do ténico do sono.
Com o avanço da tecnologia, foi possível realizar mais testes de apneia do sono em casa em determinados pacientes. A AATS também está desenvolvendo materiais para melhorar o uso desta tecnologia e apoiar o papel dos técnicos em educar e gerenciar pacientes sendo testados em casa, ampliando os registros e análises de estudos.
NN: Com a sua experiência, é possível dizer que há vantagem para o paciente, médico e técnico do sono em realizar exames domiciliares de PSG/HST?
RB: Seguindo as diretrizes estabelecidas pela AASM, nós, da Capital Health, temos utilizado teste de apneia do sono domiciliar por mais de 10 anos em pacientes que atendem critérios que sugerem apneia do sono desde moderada a grave. Isso é uma excelente ferramenta que permite retornos mais rápidos para o diagnóstico e tratamento destes pacientes.
NN: Na sua opinião, qual é o futuro da medicina do sono nos EUA?
RB: A medicina do sono segue crescendo e se desenvolve de diversas maneiras. Eu acredito que o HSAT e, provavelmente, até a PSG completo em casa expandirão nossa capacidade de diagnosticar pacientes com distúrbios do sono. Novas tecnologias como Inspire® e colaboração com médicos que fornecem esta solução para pacientes com apneia do sono estão expandindo a necessidade de testes e titulação em laboratório. Muitos centros de sono têm parceria com consultórios odontológicos para oferecer terapias com aparelhos orais. Há também um crescimento forte de testes em pacientes pediátricos, assim como pacientes com muitos distúrbios do sono.
NN: Na sua opinião, como os laboratórios do sono devem se adaptar para sobreviver no futuro?
RB: Os laboratórios do sono precisam ampliar seus horizontes e se especializar em uma variedade de distúrbios, não apenas na apneia do sono. Tenho a sorte de trabalhar com médicos que avaliam muitos pacientes com distúrbios do movimento, insônia, distúrbios neurológicos como do comportamento REM, distúrbios convulsivos e parassonias. Fazemos testes de MSLT e MWT durante o dia e trabalhamos em estreita colaboração com pacientes em tratamento PAP para melhorar a aceitação da terapia. Os laboratórios do sono precisam focar na saúde, não somente na AOS.. Nós realizamos análises de convulsão completa e parassonia, além de aceitar pacientes pediátricos com mais de um ano.
NN: Desde que ano você trabalha com a marca Neurovirtual?
RB: Trabalhamos com a Neurovirtual desde 2014, quando substituímos 14 leitos e inúmeras estações de leitura em nossos dois centros de sono credenciados com
este sistema.
NN: Você poderia comentar sobre sua experiência com a marca Neurovirtual?
RB: Desde a demonstração inicial do equipamento Neurovirtual, trabalhamos com a mesma equipe da empresa. Durante nossa reorganização inicial e a implementação do novo sistema, a equipe da empresa esteve no local e forneceu um excelente suporte para os funcionários e médicos, além da operacionalização personalizada de relatórios para atender aos nossos extensos requisitos de diagnósticos. A equipe foi responsável por toda a nossa experiência.
NN: Você poderia comentar sobre como tem sido sua experiência com o equipamento BWIII PSG Plus da Neurovirtual, utilizado na Capital Health?
RB: A principal razão pela qual decidimos usar o sistema da Neurovirtual foi a qualidade dos sinais EEG. Minha formação original é em EEG e, embora a maioria dos sistemas de sono forneça uma gravação EEG adequada, a qualidade do EEG neste sistema foi excelente e útil, pois testamos frequentemente pacientes com problemas neurológicos e pacientes pediátricos com possíveis convulsões usando uma montagem completa de EEG.
Encontramos algumas limitações relacionadas ao número de canais disponíveis de DC, já que, por rotina, conectamos um monitor de CO2 e vários outros canais de nosso sistemas PAP clínicos. A Neurovirtual pegou esse feedback e imediatamente começou a trabalhar na adição de Canais DC ao sistema. Tivemos o prazer de testar essa atualização e seguimos utilizando esses canais DC expandidos.
NN: Como tem sido a experiência da Capital Health com o suporte técnico da Neurovirtual?
RB: O suporte técnico tem sido bom, ficando cada vez melhor ao longo dos anos. Assim como todos os sistemas, houve falhas e momentos em que pensávamos que tínhamos perdido um estudo, mas a equipe técnica conseguiu recuperar os dados para nós e ficamos satisfeitos com o processo de gerenciamento de dados do sistema. Trabalhando através de vários conjuntos de pontuações (técnica noturna, técnica de pontuação) ao processar nossos estudos tem sido direto e mais fácil de gerenciar do que em outros sistemas que já utilizamos.
Recentemente, trabalhamos em uma atualização essencial do Windows e na atualização do software da Neurovirtual, tivemos uma assistência bem prática da equipe técnica. Eles estão trabalhando com a gente na incorporação de novos parâmetros agora necessários para os nosso variados modelos de relatório.
NN: Você recomendaria a marca Neurovirtual para outros técnicos e médicos?
RB: Estamos satisfeitos com o sistema e com o suporte que recebemos da Neurovirtual. Sempre comentamos sobre as nossas experiências com o sistema e a empresa com outras pessoas que perguntam. Nós recomendamos a marca para quem procura um sistema estável com excelente EEG (adequado para gravações clínicas de EEG) e a flexibilidade de utilizar várias montagens de gravação, além de relatórios personalizados com dados especializados. Estamos considerando seriamente substituir o nosso sistema de EEG clínico atual pelo da Neurovirtual.