NN: Conte-nos um pouco sobre sua formação profissional e acadêmica?
Sou pneumologista especialista em distúrbios do sono. Me formei em medicina e, em seguida, me especializei em pneumologia pelo Centro Médico Nacional La Raza, no Instituto Mexicano de Seguro Social (IMSS) e, posteriormente, em distúrbios respiratórios do sono, pelo Instituto Nacional de Doenças Respiratórias (INER) “Dr. Ismael Cosio Villegas”, também no México. Mais tarde, concluí um mestrado em administração hospitalar, uma área totalmente independente.
NN: Você se formou em medicina e depois se especializou em pneumologia e medicina do sono. Existem tratamentos para distúrbios do sono que necessitam de ventilação mecânica não invasiva?
Efetivamente! Inclusive, este é o ponto principal da minha especialização. Os distúrbios do sono são muito diversos, heterogêneos e envolvem diferentes especialidades médicas. A participação do pneumologista nos distúrbios do sono está relacionada aos casos que demandam ventilação mecânica não invasiva, que podem ser bastante diversos. Os mais frequentes ou conhecidos são os distúrbios da apneia obstrutiva do sono, mas também há casos de distúrbios da apneia central; distúrbios por hipoventilação, também frequentemente associados à obesidade; e distúrbios decorrentes da hipoxemia durante o sono. Além de casos de doenças crônicas, como as neuromusculares, doença pulmonar obstrutiva crônica ou fibrose pulmonar, que exigem, além do estudo polissonográfico, o tratamento com ventilação não invasiva. Estes casos compõem o forte de nossa especialidade e, ainda que alguns outros colegas também possam abordá-lo, somos nós que acompanhamos e ventilamos corretamente.
NN: Que tipo de situação mais se vê na prática clínica na área da apneia obstrutiva do sono?
O exemplo clássico que sempre recebemos na consulta é de um paciente adulto, homem, obeso, que ronca e para de respirar durante o sono. O curioso é que eles não vêm sozinhos, geralmente são trazidos por suas esposas, ou, quando são mulheres, o que acontece em menor porcentagem, é o marido quem acompanha, com a reclamação de que o paciente não dorme bem há muito tempo, que faz muito barulho. Outro sintoma relatado é o ronco muito intenso e a ocorrência de pausas durante a respiração, cada vez mais frequentes e sérias, chamando a atenção o fato de o paciente se afogar. Estes pacientes, se não forem atendidos, diagnosticados e tratados adequadamente, podem enfrentar riscos e complicações. Uma das complicações mais frequentes são acidentes de carro. Quantos acidentes foram causados por problemas de sono, simplesmente porque o paciente não estava descansado o suficiente ou respirando bem? Nós não temos o número exato, mas sabemos que grande parte das ocorrências se devem a isso. Outra complicação é o aumento do risco de ocorrência de problemas cardíacos, principalmente infartos ou derrames.
“Quantos acidentes foram causados por problemas de sono, simplesmente porque o paciente não está descansando ou respirando bem?”
NN: Todos os distúrbios respiratórios coexistem com alterações no sono ou dificuldades para hora de dormir?
O principal sintoma ou causa de atendimentos nas consultas do dia-a-dia é a sonolência diurna excessiva. Todos os pacientes, em algum momento de sua doença, reclamam que durante o dia eles adormecem, mesmo em situações de risco. Temos casos de pacientes que dormiram trabalhando, dirigindo, dando ou recebendo aulas. A realidade é que distúrbios do sono são doenças incapacitantes e que se não forem tratadas adequadamente, sempre impactará na vida cotidiana do paciente. Porém, uma vez iniciado o tratamento adequado ao tipo de doença, geralmente há melhoria da sonolência, o paciente torna-se mais produtivo e com desempenho superior em suas atividades diárias. Por isso, é fundamental que os médicos se concentrem nas referências oportunas, no diagnóstico correto e no tratamento adequado.
NN: Você considera que os estudos de polissonografia em domicílio podem substituir um estudo em laboratório?
Esta é uma questão muito interessante e complexa. A realidade é que a polissonografia continuará sendo o padrão de ouro, até que se tenha algo melhor. Ao mesmo tempo, os estudos em domicílio nos oferecem muitas possibilidades, principalmente com impactos em redução de custos. Alguns pacientes não podem dormir fora de casa ou têm condições específicas para o descanso, como a cama, o travesseiro, as roupas, as condições diárias ou a família, o que às vezes nos leva a propor a realização de estudos em domicílio. Ainda existem algumas limitações, como o vídeo ou a ventilação não invasiva, no entanto, em algum momento, estudos em domicílio serão de tão boa qualidade quanto os feitos em laboratório. Enquanto isso, continuamos nos valendo da polissonografia e dos estudos complementares em domicílio, realizados por um técnico especializado, que praticamente se equiparam a um estudo de polissonografia clássico.
“A polissonografia continuará sendo o padrão de ouro até que tenhamos algo melhor.”
NN: Como tem sido a sua experiência com a Neurovirtual?
Toda vez que ouço o nome da empresa não posso deixar de sorrir. Em minha atuação profissional, a primeira experiência que tive foi com seus equipamentos, que me impressionaram positivamente por sua qualidade e suporte técnico, sem sofrimento. O problema em hospitais públicos é que quando você precisa de ajuda com equipamentos, manutenção ou quando você simplesmente tem um problema que os técnicos não conseguem resolver naquele momento, é essencial ter alguém para apoiá-lo. Às vezes, a substituição de suprimentos leva um dia, dois dias, uma semana, o que é complicado e, no final, você acaba resolvendo a questão por conta própria e de forma improvisada. Com a Neurovirtual isso não acontece. O que observamos é que, se temos algum problema, mesmo no período noturno, podemos telefonar e uma pessoa encarregada nos dá suporte e resolve o problema. Outra grande vantagem é o fato de o equipamento ser portátil. Enquanto os equipamentos clássicos são muito grandes, complexos e com softwares bastante difíceis de gerenciar, o da Neurovirtual tem um software bastante acessível e amigável, e é muito fácil de manusear com treinamento adequado. Acredito no potencial de crescimento da empresa e eu prevejo muito sucesso, porque reconheço o diferencial da empresa em abordar a parte clínica e não apenas o aspecto comercial.
Se eu tivesse que começar a construir alguma área da clínica e tivesse que comprar equipamentos de novo, certamente optaria pela Neurovirtual mais uma vez.
NN: Você recomendaria a marca Neurovirtual a outros colegas e especialistas em medicina do sono?
Claro! O primeiro problema que alguém enfrenta ao concluir a especialização, em qualquer área médica, é que precisamos começar a montar um consultório e comprar suprimentos. Recebemos representantes de vendas de todas as marcas e eles sempre nos dizem que seus produtos são os melhores. A realidade é que temos que escolher e, felizmente, eu tive a sorte de ter tido a recomendação da Neurovirtual por pessoas que já estavam inseridas no ramo dos distúrbios do sono e que já tinham tido contato com seus equipamentos. A única coisa que tive que fazer foi entrar em contato com a equipe, que se encarregou de resolver minhas necessidades e instalar o equipamento. Solucionaram questões técnicas, treinaram a equipe para aprender a usar o software e facilitaram todo o processo. Se eu tivesse que começar a construir alguma área da clínica e tivesse que comprar equipamentos de novo, certamente optaria pela Neurovirtual mais uma vez.